Publicação aponta salto de 3,3 milhões, em março de 2000, para 6,6 milhões em março de 2020
O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) produziu o “Panorama dos idosos beneficiários de planos de saúde no Brasil”, publicação que apontou que em março deste ano havia 6,6 milhões de idosos com planos de saúde de assistência médico-hospitalar no país, representando 14% do total de beneficiários da saúde suplementar e 22% da população brasileira idosa.
Entre março de 2000 (início da divulgação dos dados) e março de 2020 (dados mais recentes disponíveis), o número de idosos duplicou, de 3,3 milhões para 6,6 milhões, o equivalente a um aumento de 102,9%. Por tipo de contratação, o grande salto do número de idosos em planos coletivos, especialmente daqueles vinculados a planos empresariais que chegaram a quintuplicar em duas décadas (de 537 mil para 2,7 milhões, isto é, um crescimento de 397,2%). Nesse período, aponta-se também forte crescimento em planos coletivos por adesão (aumento de 254,2%) e individuais (acréscimo de 218,9%).
Ao comparar com o crescimento do número de total de beneficiários em planos coletivos empresariais, verifica-se que esse também chegou a quintuplicar entre março/2000 e março/2020, de 6,1 milhões para 31,8 milhões (crescimento de 424,9%). Ou seja, o crescimento dos idosos em planos empresariais acompanhou o aumento do número total de beneficiários nesse tipo de plano. Destaca-se que idosos em planos coletivos empresariais representavam 7% do total desses planos em março/2000 e 5% em março/2020.
De acordo com o superintendente executivo do IESS, José Cechin, a publicação é uma poderosa ferramenta para auxiliar o setor a criar programas específicos para melhorar a assistência desses pacientes. “O aumento da longevidade da população é, sem dúvida, muito positivo e uma grande conquista da medicina e da sociedade”, disse Cechin.
Em números
Dos 6,6 milhões de vínculos, 3,9 milhões (ou 60%) eram do sexo feminino e 2,7 milhões (40%) do masculino; 4,1 milhões (63%) estavam em planos coletivos e 2,5 milhões (37%) em planos individuais ou familiares; 2,5 milhões (37%) estavam em cooperativas médicas, 2,4 milhões (36%) em medicinas de grupo, 1,1 milhão (17%) em autogestões, 527 mil (8%) em seguradoras e 166,2 mil (3%) em filantropias; 3,5 milhões (52%) tinham entre 60 e 69 anos, 2 milhões (30%) entre 70 e 79 anos e 1,2 milhões (18%) com 80 anos ou mais, e 4,2 milhões (63,5% ou três em cada cinco) estavam nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Mudança
Segundo o IESS, os números mostram, claramente, uma significativa mudança na composição etária dos planos de saúde, reflexo de alterações da sociedade. De acordo com o superintendente executivo, é fundamental que não só o setor privado, mas todo o segmento de saúde do Brasil entenda que isso traz profundas alterações e especificidades da assistência para essa população.
“Para se ter ideia, entre os planos da modalidade de autogestão, com beneficiários normalmente mais idosos, o índice de envelhecimento cresceu de forma acelerada a cada ano e atingiu 163,4% em março de 2020, o que acende uma luz de alerta para todo o segmento”, comenta Cechin. O índice de envelhecimento mede a relação entre o número de idosos (60 ou mais anos de idade) e o número de jovens (menores de 15 anos), vezes 100, ou seja, valores elevados indicam que a transição demográfica está em estágio avançado.
O “Panorama dos idosos beneficiários de planos de saúde no Brasil” traz além da evolução do número de vinculados aos planos médico-hospitalares, a distribuição percentual por faixa etária, índice de envelhecimento, razão de dependência, adesões, cancelamentos e migração em um período de 20 anos.